Introdução ao Blog

  É... oi.

  Durante muito tempo uma boa parte dos estudantes tem medo das mesmas coisas: Matemática, Física, Química e qualquer coisa que envolva números. Outros apenas acham entendiante e sem sentido: "Onde vou usar isso fora da escola?", "No curso que eu quero fazer não precisa de matemática. Vou querer isso pra quê?". Mesmo com essas e outras frases, eu tenho algo importante para dizer: Matemática É algo divertido, matemática FAZ PARTE do dia a dia e matemática SALVA vidas.

   Essa minha percepção levou muito tempo para ganhar forma. Tudo começou ainda nos meus tempos de educação infantil, onde apenas empurravam conteúdos e mais conteúdos, contanto apenas lápis e frutas. À época, aquilo era limitado apenas às coisas contáveis: "1 maçã", "ele tinha 3 maçãs, comeu 2" e afins. É algo totalmente ruim? Não, é uma forma de mostrar às crianças. O problema é o que vem depois, não estimular, junto às outras disciplinas, o interesse em pesquisas e produções próprias. Tudo tinha que seguir um padrão (que era o livro didático) e dividia as áreas do conhecimento. Muito além de dividir áreas, dividiam pessoas! Certamente existem lugares onde isso é estimulado, mas não recebem investimento e muitas vezes sujeitam-se ao padrão da caixa ou desaparecem. É perigoso que cresçamos sem ao menos saber o que significa "ciência".

   Quando estava no final do Fundamental 1, não era muito bom em fazer cálculos. Ficava até o fim do horário do recreio fazendo as atividades e nem sempre conseguia. E eu ainda era o terceiro da turma a terminar; não vou mentir, eu não estudava depois. Quero dizer, eu não estudava como deveria. O máximo que eu fazia era rever algumas poucas anotações (anotação pra quê?) e revisar a teoria. Nunca, nunca mesmo, fazia outros cálculos para treinar. Graças às minhas habilidades de se lembrar das coisas (eram sempre o que se fazia em aula), conseguia boas notas. Entrei no meu Fundamental 2 com essa mentalidade.

   Achei que estaria bem, mas sempre era a preocupação de "cada série que passa, matemática fica mais difícil, não sei se consigo" e esses pensamentos sabotadores. Foi então que eu tive uma prova de historia que nunca esquecerei. Realizávamos sempre nos últimos horários do dia, mas naquele dia foi feita a partir do segundo horário. Foram 4 folhas (frente e verso) e cada questão era pra ser respondida com textos de, no mínimo, 15 linhas. Não era nada como "Quem era o governante do Egito?" ou "Explique o que significa a palavra Mesopotâmia". Era pra relacionar situações recentes com fatos antigos, ver semelhanças e analisar criticamente os eventos. Expandi a mente. Foi um ótimo desenvolvimento e consegui ter uma linha de raciocínio e crítica. Guardem essa palavra: raciocínio.

   No meio do ano fui apresentado à série "Cosmos". Foi exatamente ali que ouvi o meu primeiro "Você vai pro Inferno por dizer isso". O ideal do "pensar fora da caixa" não é apenas ser contrário ao senso comum: deve-se fazer uma investigação profunda sobre o tema, cruzando informações com diversas visões, sejam elas artigos de pesquisa, estudos antigos, opiniões pessoais de estudiosos e também a popular. Todo tipo de informação é importante, mas é preciso ter cuidado para saber o que é verdade ou não.

   Ainda que eu tivesse essa visão no momento, ainda vivia de decorar assuntos. "Fórmula de tal", "Formula de fulano". Nos davam um papel cortado em diversos formatos e diziam: "Coloquem sobre a mesa apenas os triângulos", enquanto em outros lugares faziam a mesma questão, mas o papel estava inteiro. Incrivelmente, eles tinham um desempenho melhor do que o nosso! Como faziam? Usavam a lógica e o raciocínio. Aquele estudante que tirava nota boa não conseguia produzir nada. De que adianta ter uma informação e não saber aplicá-la?

   Com o passar dos anos, recebi incentivo de professores e parte dos amigos e cheguei ao Ensino Médio. Vendo de fora, o Ensino Fundamental é ainda pior do que eu imaginava. Seja na rede pública ou na rede privada, a educação brasileira parece ter o objetivo de criar máquinas humanas sem pensamento e sem questionar. Mesmo com a internet, a divulgação científica de forma eficaz não atinge a maior parte da população, diferente de falsas ciências (pseudociências), que crescem cada vez mais e chegam a quase todas as pessoas, em especial aquelas que não têm senso crítico.

   Hoje, muitos aqui tiveram o ano interrompido (ou não) por conta da pandemia de COVID-19 causada pelo Sars-CoV-2. Em um momento tão complicado, iniciei com um amigo, um minicurso para colegas do 1º ano (estamos no 2º) e focamos nas matérias que tinham (Matemática, Física, Química e Eletrotécnica 1). Levamos isso até o mês de setembro, revisando matemática básica e adiantando conteúdos que veriam na primeira unidade. Eu não vou esconder que sou horrível com o ambiente virtual, então tive muitas dificuldades em plataforma, arquivos, sistemas e afins, mas consegui me virar. Me virei mais ainda com as limitações que tinha, visto que o ambiente em que moro é muito prejudicial. Hoje consigo ter um pouco mais de recursos para pesquisa e elaboração de materiais.

   Não é preciso sair de casa para ver a matemática em ação, já que é encontrada na própria natureza:


     Essa é uma planta que tem aqui. Note o formato das folhas e pensem em outras coisas da natureza. Uma colmeia, por exemplo. Conseguem perceber as formas geométricas? Ótimo! Conseguem imaginar todas as coisas bonitas que existem, naturais ou não? Todas elas, pessoal, têm um pingo de matemática! A matemática não é sem sentido e está presente em todos os lugares. Como primeiro exercício, faça isso. Tentem ver (agora mesmo, olhem ao redor de onde estás a ler este texto) se encontram algo da matemática.

   Depois dessa leitura toda (que deve ter sido cansativa), também queria saber de vocês sobre o que acham sobre o sistema de ensino brasileiro e o que sugerem para melhoria dele e do movimento de divulgação científica no Brasil. O Naturalmente de Exatas vai ter como foco as Ciências Exatas/da Natureza e também pretendo levantar vídeos no YouTube para facilitar videoaulas ou lives que podemos fazer no futuro. Caso queiram entrar em contato de forma privada, o email deste projeto é: naturalexatas@gmail.com. Esqueci de dizer meu nome. Sou Gorhan. Sejam bem-vindos e bem-vindas!


Tenham um grande dia >w<

Comentários

  1. ótimo texto ansioso pelas próximas publicações!

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    1. Obrigado, alakkaa, pelo comentário! Em breve teremos um quadro fixo para postagens. Grande dia!

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  2. Ótimo conteúdo, mal espero pelos próximos posts!

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  3. Que forma interessante de enxergar o conteúdo da matemática! Adorei!

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  4. Gostei bastante do seu texto, é bem incentivador parabéns, não vejo a hora das próximas publicações.

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  5. Incrível 👏🏽👏🏽👏🏽 ansiosa pelas próximas publicações

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  6. Texto muito bem escrito.
    Muito orgulho de você filho.

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  7. Por isso ñ canso de dizer.Esse é meu menino neto.né Bam? Te amooooooo.Deus te ilumine sempre e dê sabedoria. Vó Irá

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  8. 💥👊 Vamos que Vamos! Nosso carinho de sempre Rancho CRISON 💏

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Realmente, o ensino fundamental do Brasil é podre a ponto de que as pessoas não desenvolvem o mínimo de senso crítico. E quando fazem é por coisas que aprendem fora da escola ou bem depois de terminar o ensino fundamental. E a esmagadora maioria das pessoas ao chegar no ensino médio detestam matemática, ou não entendem uma questão matemática que deveria ser o básico do básico.

    Essa postagem é o resumo de fato que deve ser discutido mas ninguém o faz, ansioso pelos próximos (.-.

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  11. Que conteudo enriquecedor que forma de se expressar explendido, com toda convicção esse blog vai nos trazer muitos benefícios em conhecimento parabéns aos criadores desse projeto

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  12. Meu nome é Lobo, estou bastante feliz em ver um jovem expressando, esse assunto de forma didática e inteligente. Seus pais e sua avó devem estar orgulhosos. Parabéns!

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